April 13, 2003

SÃO PAULO - PARTE I

Acho São Paulo uma cidade incrível. É claro que o dia-a-dia é bem mais corrido do que em minha pacata cidade, mas não é tudo aquilo que falam. A qualidade de vida que a cidade oferece em termos de opções culturais e de entretenimento compensam. Mas pra isso se necessita de dinheiro. Comparada a Pelotas é uma cidade muito cara.Muito.
Eu andava sempre de metrô, que é relativamente barato (um passe é 1,90, mas sai mais barato comprar o passe com direito a 10 viagens) e rápido. O único problema é que não é em todos os lugares que dá pra ir.

Comer em Sampa é caro. Achei engraçado o comentário que a Raquel fez no Casulo: “...o Batuva é um restaurante caro. Prepare-se para gastar mais de 40 reais, entre duas pessoas.” Esse seria um preço bom, a média de todos os restaurantes razoáveis que vi por lá. Geralmente os pratos são individuais e não custam menos que 15 reais, ou seja, contando com bebida e 10% de garçom, gasta-se tranqüilamente 20 reais. Eu almoçava em restaurantes a quilo ou com buffet livre com os quais gastava de oito a dez reais. Há os restaurantes que vendem PF (prato feito) a 3,50, mas preferi não arriscar. Outra opção barata é o Habbib’s que tem sfiha por quarenta centavos, mas comer isso todos os dias enjoa. No fim de semana uma boa pedida é a feirinha de comidas japonesas em Liberdade. Coma guioza (um bolinho chinês delicioso, recheado com carne e legumes) por 2,50.

Sair pra balada, como eles dizem lá, também sai caro, mas deferente daqui, há 500 mil opções. Eu fui em dois bares que eu gostei muito:

Willi Willie – é um dos chamados bar rock. Um bar com decoração simples, dois andares, bandeiras de bandas nas paredes e que toca rock de todos os tipos. Na noite em que fui lá teve um show de uma banda cujo nome eu não lembro que tocou mais rock/blues tradicionais, mas dizem que também tocam bandas heavy por lá. O diferencial do local é que esse é um bar com arqueria. Você pode ir lá beber, conversar, ouvir uma boa música e atirar com arco e flecha por três reais oito flechas – atirar é mais difícil do que parece e deixa os braços doloridos.

Dublin – esse é um bar inspirado em pubs da Europa. A decoração e arquitetura da casa são incríveis, mas o que eu achei mais legal foi o show: atrás do balcão dos garçons há dois espelhos que se abrem e revelam o palco de onde toca a banda. O palco fica literalmente embutido no canto da parede, a uma altura em que todos podem enxergar perfeitamente. Além disso, a parede atrás da banda é revestida por tipo um papel de parede com uma foto p&b estilo aquelas antigas, pop art talvez. E a iluminação do palco também é boa, com aqueles spots com filtros coloridos. E a banda que estava tocando na noite em que fui lá era maravilhosa, se chama Almanaque. Os músicos são excelentes, a vocalista canta muito, e o repertório era perfeito, eles tocaram Janis, The Doors, REM, Cranberries, Beatles, Pearl Jam, Iggy Pop, U2, Creedance, Guns n’Roses, e outras que eu não lembro agora. Sinceramente foi o melhor bar e a melhor banda de bar que eu já vi. Mas prepare-se pra gastar: o item mais barato do cardápio era a porção de fritas e custava nove reais. Uma das cervejas com a qual eles trabalham é a Guinness (que o Ozzy mandou a Sharon tomar no The Ousborns) e um copo de uns 500 ml (acho) custa apenas 18 reais.