November 21, 2002

Então eu vi o Rush...
Ontem foi um dos dias mais esperados da minha vida, tipo formatura, casamento, essas coisas que a gente pensa se um dia vai acontecer porque no fundo a gente acha que vai sim, só não sabe bem quando, onde, com quem.
E foi incrível!!! Achei que eu ia chorar, mas não. Chorei foi vendo a matéria sobre eles no Jornal do Almoço de ontem, enquanto eu me arrumava pro show. Pra quem não sabe, o Rush foi minha primera banda favorita, conheci o trio quando eu tinha 11 anos (sem contar a Spirit of the Radio como 'música do Jornal do Almoço') e foi por causa da minha adoração ao Neil Peart que eu fiz aula de bateria em 95. Pena que não continuei. Assim como não continuei escutando mais a banda. Não que eu não gostasse mais, mas meu gosto foi acrescido de novas bandas e também deixei de escutar meus discos de vinil.
Então, terça (dia 19), me deu um desespero: eu não me lembrava direito de muitas músicas e também não conhecia nada pós Counterparts. Aí, a gente (eu, o Cláudio e o Fezes) fizemos uma maratona Rush - assistimos a Show of Hands, ouvimos as mais clássicas e as que constavam no set list do Canadá. Tentei decorar algumas letras também (porque quando eu ouvia bastante, eu falava o inglês embromation e não pega bem pra uma teacher cantar assim), mas desencanei, não ia dar.
A excursão, apesar do Maurício ter vendido meu lugar (a princípio eu iria em pé) foi tranqüila. Alguém não foi e eu não precisei voltar sentada no corredor. Acho que podíamos ter agitado mais, mas estava todo mundo concentrado.
Chegando a POA fomos direto ao Olímpico, entramos e - desculpa quem não pode fazer o mesmo - sentamos em frente ao palco.
Sim, vi o show do melhor lugar possível, das cadeiras na frente do palco, os 230 reais mais bem gastos da minha vida. Podíamos ver o pessoal lá atrás, na pista, esmagado e nós estávamos lá, bem folgados e bem na frente. Mas eu não estou debochando, por um lado fiquei triste por haver cadeiras, pois dava pra ver que a maioria do pessoal que estava lá nem gostava ou até nem conhecia a banda. Provavelmente ganharam os ingressos de algum dos patrocinadores, produtores. Mas com a minha altura toda, tenho mais é que agradecer por ter tido a oportunidade de tê-los visto de forma tão privilegiada. Mesmo estando agora meio surda e com uma dor horrível no ouvido direito.
Por volta das 9:30h as luzes se apagaram e eu vi um vulto sentar à bateria. Eu não acreditava, comecei a dar pulos e gritos histéricos, típicos de fã. Aí entrou o Alex Lifeson e o Geddy Lee. As luzes se acenderam e eram eles mesmo!! Eles existem!! São pessoas de verdade!!! Eu vi na minha frente, não numa tela!!!
O trio abriu o show com Tom Sawyer, o que na minha opinião não foi uma boa escolha, pois leva um tempo até que tu te ligue que o show começou. Depois eles tocaram uma que eu não lembro e outra nova do Vapor Trails. Depois disso eu não lembro a ordem de mais nada, mas sei que eles tocam a YYZ, Roll the Bones, as grandes surpresas do Permanent Waves, Freewill e Natural Science e a clássica Closer to the Heart. Tocaram outras também que ou eu não conhecia ou não sei o nome ou não lembro mesmo. Aí teve um intervalo de 20 minutos. A volta ao palco foi quente: efeitos pirotécnicos no palco fez todo mundo elouquecer. Mas não lembro a música da volta. A segunda parte acho que não teve muitas surpresas. Após o novo e incrível solo de Neil Peart, Alex e Lee fizeram um mini acústico com a Resist, o que fez o pessoal das cadeiras sentarem e, acho eu, deu uma oportunidade melhor pro pessoal da pista ver os caras. Dentre muitas outras que eu também não lembro, ou não conheço ou não sei o nome, eles tocaram Limelight com a qual pulei bastante e dei muito com a camiseta que estava na minha mão no cara alto do meu lado, e Spirit of the Radio. O bis foi com camisa da seleção brasileira e Working Man. Ah, em algum momento tocaram The Big Money, The Pass e Driven acho. Enquanto o Rush tocava o bis, uns caras começaram a jogar camisetas, que passam o show inteiro rodando dentro de três máquinas de lavar roupa em cima do palco, pro público e foi aí que pudemos chegar ainda mais perto deles, já que as educadas moças não podiam mais controlar o pessoal e pedir para ficarem em seus lugares. Quando chegamos ao local das cadeiras a moça disse: "Permaneçam sentados durante o show. Se vocês quiserem dançar, é só ir pra pista." Hahahaha. É claro que ninguém ficou sentado! E olha, tinha gente que estava literalmente dançando. Acho que nem sabiam onde estavam. Quem estava lá também era a guria que não canta no Natiruts com seus colegas vestindo camiseta do Bob Marley. Pra quê, hein?
E foi assim o dia em que eu vi o Rush...e acho que o Rush até me viu também. Pelo menos acho que o Geddy Lee me viu enquanto ele cantava Freewill: eu era a única louca na frente dele que pulava e rodava a camiseta lá em cima que nem uma desvairada. Acho que ele até riu!!! :-)

Why are we here?
Because we are here
Roll the bones
Why does it happen?
Because it happens
Roll the bones